Nota Política: 3 Anos de Educação Revolucionária: Um Coletivo Comunista na Luta de Classes no Brasil
- Editorial
- 29 de abr.
- 4 min de leitura

Nota Política do Coletivo Educação Revolucionária.
Desde 29 de Abril de 2022 o Educação Revolucionária se desenvolve enquanto uma organização comunista na luta de classes no Brasil.
Frente à crescente crise no modo de produção capitalista, a classe operária e as massas exploradas buscam retomar suas lutas fundamentais, sua organização e sua direção política. Como não pode haver movimento revolucionário sem uma teoria revolucionária (Lênin), o movimento operário não procura somente retomar os níveis de organização perdidos com a contra-revolução internacional do século XX, mas também sua teoria.
Após o movimento de contra-revolução, da restauração capitalista na URSS e a crise internacional do movimento comunista com a degeneração centrista e posterior dissolução da III Internacional Comunista, nosso movimento se viu em uma profunda crise teórica e política de suas direções. Estabelecia-se degenerações com o marxismo-leninismo e sua doutrina da luta de classes, pela introdução do etapismo, reformismo e oportunismo, rebaixando não somente o ponto de vista proletário na luta de classes, mas a própria independência e autonomia de classe do proletariado.
O Coletivo Educação Revolucionária surge não somente em resposta à ausência de mecanismos de formação política de quadros comunistas. O coletivo nasce da necessidade — cada vez mais gritante — de resgatar, desenvolver e difundir a teoria e prática marxista-leninista, dando uma resposta comunista à crise de direções do movimento operário e capacitando-o para executar suas verdadeiras tarefas.
Seu significado político se assenta, portanto, na necessidade de resgate, desenvolvimento e sistematização de posições teóricas e políticas dos comunistas frente a crise do movimento comunista internacional e nacional, do capitalismo brasileiro, do sistema imperialista mundial na atualidade e de nossas atuais tarefas comunistas, assim como da teoria capaz de compreender a realidade no que ela é e mudá-la: o marxismo-leninismo. Em segundo, fornecer a formação de novos quadros verdadeiramente comunistas, que demonstrem consciência de nossas formulações políticas e teóricas e nossas posições de princípio, capazes de identificar as posições inimigas(até as mais veladas) na luta de classes do proletariado e no seio de nossas organizações, dispostos a travar a retomada da luta de classes do proletariado e a reconstrução revolucionária do Partido Comunista em nosso país.
Neste dia completam-se 3 anos do Coletivo Educação Revolucionária, um coletivo comunista cujo significado político e necessidade histórica se colocam cada vez mais evidentes. A experiência desses três anos serviram para reforçar nossa autonomia política em relação às demais organizações, como reconhecer nossa importância fundamental na reconstrução do movimento comunista, reconhecer nossas tarefas.
Com esta síntese, fazemos de 2025 um ano de grande esforço para sistematizar nossas posições políticas e teóricas a partir de nosso estudo coletivo. Este processo não pode ser concebido separado da própria prática do Coletivo, isto é, todo nosso desenvolvimento teórico é pensado para analisar criticamente e desenvolver cientificamente nossa prática, desenvolver nosso trabalho político e nossa estrutura organizativa para se consolidarmos enquanto organização comunista, estabelecer um horizonte estratégico de nossas tarefas e táticas adequadas para sua execução.
Dessa maneira, iniciamos neste ano a elaboração de nosso programa de teses e estatuto provisório, com vias a se prepararmos para nosso 1º Encontro Congressual, planejado para acontecer em 2026. Pretendemos publicar nosso programa nos próximos meses, fazendo dele não somente um documento de unidade, mas um instrumento de diálogo com camaradas e demais organizações e coletivos comunistas do país, em busca de superar a isolação dos comunistas e novas frentes de atuação conjuntas.
Deste encontro, pretendemos não apenas estabelecer uma base ainda mais sólida sobre a qual se fundará nossa unidade, como estabelecer nossa linha de massas e um planejamento para aguçar nosso trabalho com as massas, cumprindo nossa tarefa de se conectar com a vida e luta das massas, de modo a desenvolver sua auto-organização e contribuir na retomada da iniciativa proletária na luta de classes, independente de outras classes e autônoma.
II — Nossas Tarefas
Enquanto Coletivo marxista-leninista, nossos compromissos são:
1. Contribuir para a superação da atual crise do movimento comunista, degenerado pela influência de pontos de vistas e interesses de outras classes no seio de nosso movimento, especialmente pequenos-burgueses, desconectado da vida e luta das massas.
2. Retomar o marxismo-leninismo e o seu desenvolvimento científico para as necessidades de nossa realidade histórica e revolução. Combatendo, neste processo, as deturpações oportunistas, reformistas e revisionistas — posições pequeno-burguesas e burguesas — que influenciam para o atual estágio de desconexão com a vida e luta das massas em que se encontra o movimento comunista.
3. Retomar a iniciativa proletária na luta de classes, independente e autônoma em relação às demais classes e as instituições burguesas que adormecem sua iniciativa. Combater as posições oportunistas e reformistas que sabotam e influenciam o proletariado e suas organizações para uma luta limitada à manutenção e reforma do capitalismo, como trocam sua independência pelo reboquismo, a conciliação e para alianças com o estado burguês e a própria burguesia. Para tal, devemos se conectar com sua vida e luta cotidiana, incentivando sua auto-organização independente, e disputando sua consciência e organização para a consciência de classe revolucionária.
4. Reconstruir o partido comunista em nosso país, enquanto partido-de-classe do proletariado, hegemonizado somente pelo interesse e ponto de vista proletário. Partindo do pressuposto leninista de que o Partido Comunista não se forma como tal num processo puro de autoafirmação revolucionária e uma unidade ilusória, mas sim no próprio desenvolvimento das relações dos comunistas com as massas e entre si, fortalecendo o diálogo com as organizações proletárias e construindo frentes de atuação orgânicas entre os comunistas no Brasil.
Neste processo, estudar as iniciativas de reconstrução revolucionária do movimento comunista existentes, compreendendo seus avanços e suas limitações. Reconhecemos que nosso Coletivo, com o desenvolvimento desta tarefa, perderia a forma coletivo para se tornar um importante instrumento da reconstrução do Partido Comunista, por meio de um processo dialético de suprassunção.
5. Avançar na sistematização de nossas próprias posições teóricas e políticas acerca do marxismo-leninismo, do movimento comunista, da conjuntura nacional e internacional acerca do imperialismo e do capitalismo, da luta de classes em nosso país e no mundo e de nossas tarefas.
6. Se aproximar organicamente de organizações e coletivos comunistas que carreguem os mesmos compromissos de princípio que os nossos, o horizonte estratégico dos comunistas, condição de libertação do proletariado: a Revolução Proletária em nosso país e no mundo, a Ditadura do Proletariado, a construção do Socialismo e a transição para o Comunismo. Neste processo, estabelecer debates acerca de nossas posições, sempre de maneira franca e honesta e buscando frentes de atuação conjuntas.
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